quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Armadilhas feitas especialmente para a mulher


Por: Kátia Soares *

A cama está coberta de vestidos, saias, blusas, de vários modelos e cores. Cabides estão espalhados por todos os lados. No guarda-roupa, mais uma infinidade de opções. Os sapatos? Mais de 30 pares, alguns estão guardados há mais de cinco anos sem nunca terem sido usados. Mesmo assim, ela se olha no espelho insatisfeita e murmura: “Eu não tenho nada para usar esta noite!”.

Pode parecer exagero, mas a maioria das mulheres já viveu uma situação parecida. Não conseguem sentir-se satisfeitas com as roupas que têm e estão sempre desejando aquele lançamento que viu na vitrine de um shopping. Apelos para que ela se sinta assim não faltam: um comercial na TV mostra a nova coleção de verão de roupas, as páginas da revista trazem os novos modelos de sandálias e sapatos e as vitrines das lojas exploram ao máximo as novidades que acabaram de chegar. Em toda mudança de estação é assim: mudou o clima, é hora de mudar todo o guarda-roupa. E algumas mulheres seguem isso à risca.

Por que será que para os estilistas e donos de confecções, as mulheres sempre devem mudar os modelos de suas roupas e sapatos com a chegada de uma nova estação? Está explícito o interesse comercial em fazer com que as mulheres descartem suas roupas e comprem novas peças. Afinal, a menos que se tenha um ano de idade, todas já viveram vários verões, outonos, primaveras e invernos. E certamente já usaram roupas adequadas para cada clima. E, a não ser que tenham engordado muito, emagrecido ou crescido, aquelas roupas ainda servem para o fim a que se destinam: cobrir e proteger o corpo.

Não se pretende condenar aquelas mulheres que se vestem na moda e ficam bonitas. O questionamento que se deve fazer é: “Eu preciso realmente comprar uma roupa nova a cada estação para me sentir bela e/ou melhor?”. Algumas mulheres só se sentem bonitas se estiverem usando uma roupa ou acessório da última moda. Essas mulheres dependem totalmente de uma saia ou blusa nova para se sentirem de bem com a vida. Condicionam sua felicidade à roupa que usam. Há aquelas que até deixam de sair de casa por acharem que estão “fora dos padrões”. A sedução da mídia dita o que elas devem ou não usar.

A conseqüência disso é a padronização do visual das mulheres. Não importa a idade, o tipo físico e a classe social, todas são muito parecidas. E como defendem alguns especialistas, já que moda dita o comportamento, nisso também elas se parecem. Ou seja, a verdadeira identidade da mulher acaba se perdendo em meio a modismos.

O prejuízo para o bolso é também uma grave conseqüência. Já que o desejo muitas vezes supera a necessidade, o real poder de compra também é deixado em segundo plano. O cartão de crédito e o cheque pré-datado são aliados dos lojistas, já que deixam a mulher com a impressão de que não gastou aquele dinheiro. Mas o dia de pagar chega e é aí que elas vão sentir na pele e, principalmente no bolso, o desagradável sabor do consumo não planejado e compulsivo. Gastar mais do que se ganha tem sido uma realidade na vida de muitas mulheres, até as cristãs. E o pior é que muitas vezes a razão do gasto fica entulhada no armário esperando uma oportunidade para ser usada.

Mesmo que a sociedade moderna se baseie sempre na aparência e na superficialidade, a mulher cristã deve mostrar que o seu valor não está na roupa que usa. Mais do que bela, a mulher deve ser sábia, companheira e exemplo de uma vida com Deus. A Palavra do Senhor diz: “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos a derruba” (Pv. 14.1). Uma das formas de se derrubar um lar é desequilibrar as finanças com gastos excessivos, e normalmente as roupas são um dos motivos desses gastos. Em Provérbios 11.16 está escrito ainda que “a mulher graciosa alcança honra, como os poderosos adquirem a riqueza”, ou seja, a graça da mulher deve ser medida pela sua honra e sua sabedoria e não pela sua aparência.

É isso que o Senhor espera das mulheres. Que elas honrem de verdade o motivo pelo qual foram criadas. É preciso mostrar ao mundo que não se pode pautar o comportamento pelo que se veste. A prioridade da mulher deve ser a comunhão com Deus. E quem está em comunhão com Deus certamente fica belo em todos os sentidos e todos percebem isso de longe. A roupa passa a ser apenas um detalhe. A mulher direcionada pelo Espírito de Deus tem olhos brilhantes, o sorriso radiante e até o jeito de andar é mais leve.

Os valores da sociedade estão esvaziando-se a cada dia por causa desse conceito que supervaloriza o exterior e se esquece do que realmente é importante: a capacidade individual. Capacidade que Deus dá a cada um e que tem sido deixada de lado. As mulheres cristãs devem mostrar que sua beleza extrapola os ditados da moda. Somente elas podem acrescentar mais sentido ao que disse aquele famoso poeta: “Beleza é fundamental”. É fundamental sim que sejamos belos, mas por dentro...

*Jornalista e membro da Igreja Batista da Lagoinha (kafsss@yahoo.com.br)

TEXTO EXTRAÍDO DO SITE: www.avivamentoemlondres.com.br




Nenhum comentário: